Foto: Carol Reis
Poderíamos
ter ido tão mais longe. Seguir sem freio era o plano. Mas você amarelou, ficou
pelo caminho, pulou da bicicleta para se preservar. Continuei desembestada, em
frente, comendo poeira, sozinha na nossa loucura. E paguei um preço alto por
isso. Hematomas, escoriações, inchaços. Lembra? Tudo sarou. Mas o que você fez
para conviver com o peso da covardia? Correu para os braços de Vó Nena. A foto
é apenas uma pequena homenagem à nossa louca escapada. Tirei durante uma viagem
pra o interior. Sigamos. Você aí e eu aqui. Mas quando puder venha me ver.
Sempre tem cerva gelada no freezer. Brincaremos de reconstruir a nossa
juventude por meio de nossas próprias cicatrizes. Vai ser divertido. Uma
bizarrice lúdica. Te amo. Muito.
2 comentários:
Enxuto e perfeito como sempre.
Quem e o autor deste poema?
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