terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Desembestada


Foto: Carol Reis
 
Poderíamos ter ido tão mais longe. Seguir sem freio era o plano. Mas você amarelou, ficou pelo caminho, pulou da bicicleta para se preservar. Continuei desembestada, em frente, comendo poeira, sozinha na nossa loucura. E paguei um preço alto por isso. Hematomas, escoriações, inchaços. Lembra? Tudo sarou. Mas o que você fez para conviver com o peso da covardia? Correu para os braços de Vó Nena. A foto é apenas uma pequena homenagem à nossa louca escapada. Tirei durante uma viagem pra o interior. Sigamos. Você aí e eu aqui. Mas quando puder venha me ver. Sempre tem cerva gelada no freezer. Brincaremos de reconstruir a nossa juventude por meio de nossas próprias cicatrizes. Vai ser divertido. Uma bizarrice lúdica.  Te amo. Muito.

2 comentários:

Anônimo disse...

Enxuto e perfeito como sempre.

Unknown disse...

Quem e o autor deste poema?