terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Na ponta da língua



Depois do terceiro gole de vinho ela perguntou: em que ano eu entrei na sua vida? Exigiu uma resposta com rapidez e precisão. Pedi um prazo, um tempo para consultar minhas anotações mentais. Não nasci para os números, mas sempre tive uma forte relação com os sentimentos. Tentei explicar isso, mas foi tarde demais. Soltou um “deixa pra lá” e pediu ao garçom o cardápio. O meu gostar não é refém de calendário. Resmunguei baixinho. Ela não ouviu. Melhor assim. Seria uma pena voltar pra casa sem provar aquele peixe.

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