terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Emancipação



Passar hidratante era mais que um ritual de beleza, era uma terapia. Não jogava o creme na pele como se estivesse rebocando uma parede. Pelo contrário. Pés, pernas, barriga, mãos, braços, seios, pescoço, ombros, cada parte do corpo tinha um tratamento digno, único, particular. E foi exatamente na coxa direita, entre um movimento circular e outro, que ela tomou a decisão. Vou viver de atrevimento, malícia e rebolado. Disse isso olhando para o espelho, com um gostoso sorriso marginal (de quem aprendeu a botar fogo no circo e na própria vida).

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