terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Febril



Achou o corpo da filha mais quente que o normal. É febre! – sentenciou. Foi na geladeira, cortou algumas rodelas de batata e colocou sobre a testa da menina. A filha ria com todo aquele ritual primitivo. Ria também da ingenuidade da sua adorável mãe. Se ela ao menos soubesse que todo aquele calor não era culpa de um vírus microscópico, mas os resquícios de um desejo graúdo, latente,  transmitido por um abraço derradeiro.

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