terça-feira, 8 de janeiro de 2013

De bandeja



Por que tanta doçura e esmero, menina? Isso é apenas um pimentão! – disse o amigo faminto e impaciente. Ela riu e respondeu (sem interromper os cortes cirúrgicos): Calma, moço. Me dê um voto de confiança. A morena tinha mãos caprichosas. Tinha também um sorriso gostoso, largo, farto, franco, carnudo, feito pra desarmar. E foi assim, de bandeja, que ela apresentou a sua maior especialidade: um jeito próprio de transformar o trivial em singular.

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