terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Carpe Diem



Era acostumada a dormir na casa de conhecidos, mas uma coisa sempre a incomodava: abrir os olhos e não reconhecer de imediato o próprio teto. Uma amiga psicóloga disse que isso era um tipo de fobia. Nada grave (desde que não atrapalhasse o seu convívio social). Normalmente o processo de adaptação ao novo ambiente era rápido. Rápido também foi o pulo que ela deu da cama quando viu a hora no celular. Tinha que voltar pra casa e terminar um maldito freela. Não era a primeira vez que colocava o prazer antes do trabalho. Nem seria a última. Do banheiro chegou o grito:

- Você não sabe o quanto eu tava precisando disso!
-  Também adorei a noite, baby!
- Eu tô falando do seu chuveiro, bicho besta...
 
Enquanto o jato d'água despencava com força, feito sangria de açude, eles riam alto, despertando os vizinhos do 301 para mais um domingo preguiçoso.

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