terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Bicudo no balde



A hora do cansaço chega pra todos. Inevitavelmente. E, cá entre nós, já era tempo daquela menina trocar de pele. Escolheu o dia mais expressivo pra chutar o balde: segunda-feira. Inventou uma febre súbita e no trabalho não apareceu. Para mãe, um “não me espere pra o almoço”; para o namorado, “mais tarde eu ligo”; no lugar do vestido, um biquíni preto; em vez de salto, dedos cheios de areia. A terça-feira foi de consequências. Em casa, no trabalho e no amor. Como poderia ser diferente? Ninguém deixa pra trás uma vida vulgar sem carregar duas ou três cicatrizes.

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