terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Sem olhar pra trás



Desci a escadaria da igreja sem olhar pra trás. Aprendi isso nos filmes. A dor da despedida é menor. Mentira. A dor é a mesma. Mas a gente precisa tapear o coração. Afinal, ele é sempre o primeiro a se humilhar. Confesso que eu diminuí o passo antes de chegar nos últimos seis degraus. Ainda tinha a esperança de ouvir um reconciliador “Celo, espera!”. O vento não trouxe nada. Nem um maldito suspiro de alívio, cansaço ou liberdade. Nada. Ela preferiu dar comida aos pombos. Foi o que disseram.

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