sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Da cor de leite

Toda pele alva merece uma mordida. Ela tinha essa tara. Eu não quero dizer com isso que o tesão pelas morenas era algo menor ou inexpressivo. Pelo contrário. O seu colchão presenciou mais de uma vez o balé sinuoso de curvas da cor de canela. Mas quando aquele corpo branco entrou no seu campo de visão o sossego acabou. Perdeu semanas tentando encontrar uma forma de transformar o esbarrão premeditado em chave de conquista. Conseguiu. No espaço apertado um pequeno ventilador oferecia o máximo de hospitalidade. O som alto abafou o primeiro gemido, mas não foi capaz de deter os seguintes. Nem poderia. Quem já teve caninos cravados no pescoço sabe a dor, o arrepio e a delícia de ser uma vítima do desejo.

Um comentário:

Andreh disse...

Rapaz, esse tal do Crepúsculo tá te fazendo mal... Um abraço do amigo ! já imaginastes esses caninos numa lata de Bohemia... abração e parabéns pelas letras vivas cheirando a morcego...