A morenice que ela tanto desejava só apareceu
depois de alguns dias de sol. Mas antes disso a pele clara já incendiava
olhares afoitos. Depois de tirar a última tainha da rede o pescador não
resistiu: “Olha o jeito que aquela menina dança. Parece balanço de mar.” No
começo eu achei que era enxerimento da parte dele, afinal, eu a vi dançar tantas
vezes nos bailes da cidade. Nunca percebi a presença do mar nas suas curvas ou
no seu rebolado. O velho tinha razão. O movimento das marés estava lá, no corpo
dela, nas pequenas coisas, até mesmo na alça do vestido que desmoronou
caprichosamente só pra ver os ombros jogarem uma espécie de capoeira cheia de
malícia. Ela nem reparou quando eu cheguei mais perto, quando o meu olhar girou
no sentido do seu vestido azul.
domingo, 5 de agosto de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
P q não compartilhar para q se veja o q mais ninguém vê?
Tava com saudade de te ler por aqui. Beijo.
Postar um comentário