Compromisso ela tinha. Marcou de sambar na Ribeira
com os amigos. Tava na merda. Precisava beber e chutar o rabo de meia dúzia de
demônios. Beber não, se embriagar. Mas o desejo de rua não passou da porta do
apartamento. Mesmo assim colocou batom vermelho, blusa branca, uma longa saia e
gotas de lavanda entre os seios, no pescoço e atrás da orelha. Foi pra sala,
aumentou o som, preparou a terceira dose de whisky e dançou como se uma “Pombagira
Cigana” a conduzisse até o muro que separa a insanidade
da temperança. Saiu do corpo e caiu em si. Pela manhã, já embaixo do chuveiro,
ria sem parar (lembrando da performance e do desatino solitário da noite
anterior). Os vizinhos nem imaginam, mas embaixo de toda aquela espuma o mundo
ganhava alguém menos infeliz.
terça-feira, 14 de agosto de 2012
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Um comentário:
Não sei pra quem foi esse texto, mas me vi aí, no domingo passado, pronta pra ir pro Agosto da Alegria e morgando poucos minutos antes de sair.. rs. ;p
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