terça-feira, 28 de agosto de 2012

Do foda-se ao foda-me


Ela queria o pacote completo. Ele ainda não sabia o que queria. Mas, na dúvida, acabaram cedendo a uma química irrefreável. Química que começou logo cedo, na boca da noite, em um bistrô jeitoso de Petrópolis. Eu gosto muito de vinho, mas perco o controle facilmente. A revelação da garota foi uma deixa para o malando completar com rapidez e eficiência a segunda taça. O terceiro brinde potencializou o que já estava em chamas. Os frequentadores assistiram e ouviram com desconforto (mas com água na boca) a sinergia de línguas e os pequenos gemidos que vinham da parte mais reservada do ambiente. A madrugada terminou no apartamento dela. Na penumbra do quarto ele ainda tentou elaborar um discurso fajuto e capenga do não apego. Mas a intervenção dela chegou antes: ei, foda-se e foda-me! Acordaram pela manhã sem respostas conclusivas, mas com uma vontade danada de tomar café com torradas.

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