segunda-feira, 12 de julho de 2010

O pouco que eu tive me fez maior


Foto: Stephanie Rabemiafara


Cresci sem nenhum luxo. A minha primeira (e única) bicicleta nasceu da criatividade do meu tio. Ele teve a engenhosa ideia de montar a magrela juntando peças de outros modelos. Passamos horas e horas no quintal do meu avô, catando corrente, selim, pedais, aros, quadro e guidão. O protótipo ficou pronto no fim do dia. Um grande Frankenstein de ferro e borracha. Pesado, sem cor (e sem freio!) e muito maior do que eu. Mas nada daquilo me assustava. Queria domar o meu monstro, girar pela praça, explorar novas ruas, ganhar o mundo, desviar dos carros, comer poeira e, na medida do impossível, ultrapassar a BMX do meu vizinho.

5 comentários:

Sara disse...

Melhor que isso, só passear por suas palavras, sem freios, sem medo da 'banguela'...
beijos, querido!

Uli... disse...

Ha ha ha...

Camila Costa disse...

Aff, você é fantástico.

Cuidado, que a gente as vezes se surpreende e o 'na medida do impossível' se torna possível a um fechar de olhos :)

Boa semana :*

Samis disse...

é quando o simples e essencial ultrapassa o que todos (acham que) almejam

lindo o texto pricipalmente o título

Samis disse...

mas as prosas por essência revelam demais