
Mata fechada, pedras feitas de sabão, escalada traiçoeira, sede, insetos, calor. Na mochila de ataque apenas o necessário para a subsistência de mais uma aventura. Estranhamente os obstáculos abriam o apetite daquela mulher. Era como se fosse uma comunhão gostosa entre suor, adrenalina, esforço físico e recompensas. Enquanto a fila indiana abria caminho por entre arbustos e galhos, ele, um pouco mais atrás, admirava tanto vigor e determinação. Admirava também o contorno de suas formas. E não sentia culpa por isso. Até encontrou fôlego (depois de uma subida desgastante) para rir da própria cara. Porque ele também a conhecia sobre outras vestes, cores e luzes. E sabia que aquele mesmo caulim que riscava a sua pele morena, que a diferenciava das meninas do grupo e seus estojos de maquiagem, desapareceria ao cair da noite. Sim, porque depois de um merecido banho a argila e a poeira desceriam pelo ralo. E finalmente todos conheceriam sua outra face. Um rosto limpo, marcante e graciosamente feminino.
3 comentários:
E qual vc prefere, o caulin ou o rosto feminino?
Demorou, mais saiu....
Adorei, muito bom... e, quanto aos sentimentos, costumo acolhê-los só por alguns instantes, logo, minha bolsa não pesa e eu consigo carregá-la por caminhos mais distantes.
;o)
Valeu pelo comentário... fiquei feliz porque alguém finalmente comentou no blog..rsrsrs..
Beijos... até mais.
Postar um comentário