segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A negociação

Diariamente o nosso olhar esbarra em retinas alheias. O perigo (ou seria sorte?) é quando ele cristaliza, quando entrega de bandeja nossas intenções a um estranho. Lembro bem quando ela chegou (acompanhada de mais três amigas) e pediu uma cerveja ao dono da birosca. A última garrafa estava na minha mão. Uma Nova Schin, quente e cobiçada. A negociação foi tensa, olho no olho, gota a gota. Eu, irredutível, ela, determinada. Talvez a Ribeira nunca tenha testemunhado um duelo por tão baixo valor (e teor). Mas nós dois sabíamos que dinheiro não era problema naquela madrugada. Só queríamos beber para expulsar os demônios. A espuma no copo selou o impasse. Deixou para trás um nome, um sobrenome e um muito obrigado. Confiei nela, na minha memória e nas ferramentas de busca. O rastro digital me levou a uma janela branca, com moldura azul. É de lá que eu recebo notícias e espero pacientemente por um novo encontro livre de barganhas.

4 comentários:

Larissa Mafra disse...

Adorei, panelita. E eu continuo achando absuuurdo uma mulher ter que implorar por uma Nova Schin quente. E assim como vc, tb espero pelo próximo encontro livre de barganhas. bjo

disse...

Uma cerveja, um contato. Um contato, um encontro. Um encontro, alguma coisa... Começa assim.
beijo

A Princesa do Castelo disse...

Qdo eu crescer quero escrever que nem vc!!! AMEI o texto!
Bjs

Sara disse...

E olha que Nova Schin quente é o fim! Márr num tou dizendo...tsc tsc. Nesse caso, foi um começo.
Bjs