
Foto/ilustração: Julie Daniel
Cada louco com a sua mania. Eu também tenho uma: classifico os abraços que recebo. Na realidade, eu tenho uma lista dos melhores “abraçadores”. Um ranking que eu faço sem levar em consideração tempo de amizade ou intimidade. Infelizmente não é todo mundo que consegue receber outro corpo na mesma sincronia, energia e plasticidade. Por isso abraçar é uma arte. E há cinco mulheres que me tiram do chão (em mais de um sentido) cada vez que nossos corpos se encontram. Por um instante o criador puxa o freio de mão e tudo ao nosso redor fica em slow motion. O encaixe é tão perfeito que não há espaço vazio. Por mais que os carros buzinem, os amigos gritem, os celulares toquem e os namorados façam cara feia, ainda assim, estaremos colados. Sem pressa, reservas ou cerimônia. E para minha alegria uma morena de sorriso farto está prestes a entrar para o time. Darei a notícia da melhor forma possível: no conforto dos seus braços, sob o manto sagrado da madrugada e ao som de um samba antigo.