Ele bem que tentou fixar a retina no fundo do copo, no suporte do guardanapo, nos pés, no trânsito, na fila do banheiro, no vazio. De nada adiantou. O olhar sempre findava naqueles olhos negros. Ela percebeu o interesse do rapaz. Por isso maltratou o pobre indivíduo o quanto pode. Como era possível tanto sadismo dentro de um corpo tão pequeno? Na despedida virou o rosto. Ele entendeu a deixa (era uma deixa?) e prontamente fez daquele pescoço o seu banquete. Os freqüentadores do bar, diante do ato explícito de canibalismo, reagiram com indiferença. Simplesmente continuaram a mastigar churrasquinhos de carne e frango. Imaginando talvez o gosto e o tempero daquele pescoço suculento e macio. Daquela carne cravada por dentes alheios.
sábado, 20 de dezembro de 2008
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6 comentários:
assim você acaba comigo. suculentas são essas letras, isso sim. e meus dentes cravados nelas, na tua poética, meu caro amigo. te amo!
você é mesmo carne de pescoço, hein?
=D
Vc anda tão Nelson Rodrigues ultimamente....
affff... faço minhas as palavras de Livia. ;)
pois é.. só devo dizer que> bêbada do jeito que estou, ler isto é no mínimo convidativo..rsrs..
Beijocas, meu caro. Piu!
eu como churrasquinho, mas queria mesmo um pescocinho; hahahah
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